São horas
Declino-me ao silêncio maduro
que invade a vespertina fala
e calo o meu vociferar tangível
à sensação de preservar-se o fôlego.
São horas de se esperar palavras,
de se cantar canções e
sonhar melodias.
Escrevo então uns versos,
uns versos que então escrevo.
E assim, silenciosamente,
cai a noite, vai-se o dia,
e os meus olhos irradiam
luz,
da luz de te olhar.
Percebo agora o sopro,
o suspiro que não prendi,
e que suspirei com sofreguidão
por amar demais o que não se pode.
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