terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

A divina leveza de todas as coisas






Meu poema não me pede peso

Não me ausenta a calma

Nem me rouba sonhos



Nem me mente.

Não me entende o erro

Meu poema não me afasta as vestes,



Meu poema não me canta samba

Não me acorrenta à verdade

Nem me arromba em mentiras



O meu poema não é exato,

Não é mistério ou salvação.

Não está oculto, ou exposto

Não me é pedaço, nem me faz parte



O meu poema não tem força

Não tem cheiro

Nem som.





Meu poema não ama,

Não odeia,

Nem dói.



Nem se está só,

Não é companhia

Meu poema não tem matéria.



Mas sua valsa de cores no branco da folha,

Dança a divina leveza de todas as coisas.






 
A.R.S.

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