Meu poema não me pede peso
Não me ausenta a calma
Nem me rouba sonhos
Nem me mente.
Não me entende o erro
Meu poema não me afasta as vestes,
Meu poema não me canta samba
Não me acorrenta à verdade
Nem me arromba em mentiras
O meu poema não é exato,
Não é mistério ou salvação.
Não está oculto, ou exposto
Não me é pedaço, nem me faz parte
O meu poema não tem força
Não tem cheiro
Nem som.
Meu poema não ama,
Não odeia,
Nem dói.
Nem se está só,
Não é companhia
Meu poema não tem matéria.
Mas sua valsa de cores no branco da folha,
Dança a divina leveza de todas as coisas.
A.R.S.
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