domingo, 9 de outubro de 2011

PRESCINDIDO


Nas – antes vazias – ruas do meu coração,
onde a cidade jazia esquecida do mundo,
surgiu um interessante fulcro de vida.

Era uma pequena, uma fulgurante,
uma desajeitada semente.

Eras tu. Que me surgia como uma chispa,
como uma comparação da própria vida,
aquela de antes com esta de agora,
que é a mesma e que é diversa.

Nas – antes vazias – ruas,
onde surgiste, vazia, enchendo a cidade
em que eu morria,
seguiu-se um silêncio indefeso.

Era o meu pequeno silêncio por ti,
o meu pequeno grito prendido,
um sopro, um sussurro meu,
uma intenção que ia de mim,
saia, voava, pairava brevemente,
presa a mim por linhas tênues,
assustava-se a cada murmúrio,
pequeno, íntimo, meu.

E foste tu quem recusaste -
como uma negação de ouvir
e
um “não querer” de ombros -
o meu silenciar.











Um comentário:

Anônimo disse...

A imagem valorizou ainda mais o seu poema!