Tu verás outros sóis
Terás outros olhos a te olhar,
Outros invernos te arrepiarão o espírito
E as minhas ausências não mais serão de tua agonia.
Restou-me olhar-te eternamente por entre os dedos
Dedos estes com que eu te disse tantas coisas
Em tantas noites de quase alegria
quase i reais
Mas meus outros quereres,
Embora sejam tão naturalmente aceitáveis,
Não cessarão em te inquietar os minutos de calma
Onde antes eu reinava quase que absoluto e intacto e silente.
Esquecemo-nos de fechar as portas que foram se abrindo por aí.
E agora fica esse vento alvoroçando os nossos vazios
Numa sensaboria entrecortada de tédio
E num não saber-se em si.
A.R.S.
Um comentário:
"E agora fica esse vento alvoroçando os nossos vazios
Numa sensaboria entrecortada de tédio
E num não saber-se em si."
quando crescer, quero escrever assim.
Gostando muito do espaço. Abração.
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