O amor escasseia nos indícios, nas instabilidades. Aquilo que se cria amor, que se achava inteiro, que se cuidava.
Não sobrevive ao terreno sempre instável o amor que ainda é jovem, mesmo que forte. É preciso cuidar, são precisos cuidados infindos e inesgotáveis.
E o amor escasseia nos tropeços, nas lacunas. Aquilo que se cria amor, que estava a crescer, que se bastava.
Não sobrevive ao instinto sempre alerta o amor que ainda é tenro, mesmo que quente. É preciso dar matéria ao espírito, são precisos carinhos e demonstrações de si.
O amor escasseia nos começos, nas pequenas mentiras. Aquilo que se cria ser para o bem, que se fez para evitar equívocos.
Não sobrevive às lacunas, às dúvidas o amor que, em um, nasceu da verdade, da sinceridade e, no outro, fez-se de estratagemas desonestos e infundados.
Amar é cercar-se de segurança dentre as coisas inseguras.
Enfim, a clareza de falas e gestos é o mínimo que se espera.
A.R.S.
Nenhum comentário:
Postar um comentário