segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

Abstinente

Bebo o café para amanhecer o dia,

Cada gole busca o sol,

Cada piscar de olhos dá, à luz, uma palavra,

E os raios que a iluminam.



A cama infinita perdeu meu sono,

Os sonhos, como escuridões,

Confundiram-se com a noite

E o meu quarto tremeu abstinente.



Faz falta a anestesia do teu corpo,

Faz falta a alucinação da tua saliva,

Cada pequena epifania que surgia

Quando surgia tua imagem.



Bebo o café para abrir os olhos,

Cada gole busca beber tua presença,

Cada piscar de olhos mata-me um tanto,

E destes tantos mortos, morro-me de ti.



A.R.S.

Um comentário:

Jair Albeche disse...

Belo trabalho, em época de BBB e outras idiotices é raro ver alguém dedicar-se à cultura. Parabéns. Se puder, acessa jairalbeche.blogspot.com